Foto: Santiago Felipe |
Em turnê pela Europa, Björk respondeu perguntas dos fãs através dos Stories do Instagram. Ela também deu alguns conselhos para seus admiradores através do perfil da revista Dazed. O bate-papo aconteceu nesta terça-feira, 19 de novembro, dia da apresentação de Cornucopia na O2 Arena. Confira a tradução completa da conversa:
- Estou em uma banda, mas às vezes sinto que estou arrastando os outros comigo. O que devo fazer?
Talvez isso seja justo o suficiente se não forem as músicas deles, sabe? Quando eu estava em bandas, sempre co-escrevíamos, e quando eu estava com vontade de compartilhar minhas próprias músicas, me afastava para criar. Trazê-la (pronta) para os ensaios não pareceria o certo a se fazer. Mas, novamente, a sinergia em um grupo de pessoas trabalhando juntas é um dos momentos mais nutritivos que existem, mas é um ato delicado de equilíbrio.
- Você acha que a indústria da música tem um futuro agora que ninguém mais compra música?
Sim, seria incrível se os sites de streaming fossem como a Netflix é com seus produtos. Criassem álbuns e pagassem por eles...
- Como me torno famoso?
Ha ha ha ha.
- Que desafios você enfrentou como mulher na indústria da música?
Ainda parece mais fácil para as pessoas verem as mulheres como meras participantes do que como autoras de seus próprios trabalhos.
- Você se preocupa em envelhecer já que todo mundo é tão obcecado pela juventude?
Não, na verdade não. Os escritores islandeses foram os meus ídolos durante a minha juventude. Eles costumavam fazer seus melhores trabalhos aos sessenta, setenta anos. Até lá, tudo era apenas ensaios.
- Como você escreve uma música de amor que não é constrangedora?
Nem tudo é embaraçoso, né? Mas também gracioso, alegre e doloroso. Eu acho que tanto uma canção de amor, quanto uma sobre guerra ou qualquer outro assunto deve incluir todos os ângulos.
- Você fez alguma arte da qual se arrepende?
Os erros são melhor aproveitados quando servem de combustível para uma próxima música.
- Existe uma forma de arte que você não domina, que tenha tentado ou deseja aprender?
Ainda poderia (tentar) fazer com centenas de anos na música. Será que eu conseguiria?
- Como faço para lidar com a constante sensação de que minha arte não é boa o suficiente?
Cresça. Inclua isso em tudo aquilo que você fizer.
- Qual é a melhor maneira de se fazer algo bonito se não temos dinheiro?
Eu caminho e canto por aí. Algumas das minhas músicas favoritas, que encontrei online, foram gravadas em quartos.
- Como você faz para não sentir saudades de casa e nem ficar claustrofóbica em turnê?
Boa pergunta! Eu saio para caminhar. Tento encontrar uma orla, um porto, parques... Daí caminho aquecendo a minha voz. Assisto a filmes da região em que estou. Filmes sul-americanos na América do Sul, japoneses no Japão e assim por diante. Me ajuda a me enraizar onde estou naquele momento.
- Quantas músicas não lançadas você tem por aí? O mundo algum dia as ouvirá?
Hummm... eu não tenho nenhuma. Eu geralmente lanço a maioria das minhas músicas. Sou uma editora feroz, hahaha. Talvez muito feroz!
- Como terminar as coisas? Eu acho tão difícil!
Talvez colaborando com alguém que seja bom em edição? Tenho certeza que você é muito bom em alguma coisa. Talvez a pessoa com quem você trabalha não seja boa nisso, e vocês podem se complementar.
- Qual performance ao vivo sua foi a mais especial de se tocar?
Houveram tantas! A no The Shed, em Nova York, me veio à mente agora. É mágico quando uma casa de shows se derrete por inteira e nós nos tornamos um átomo minúsculo entre todas aquelas pessoas presentes.
Foto: Reprodução (Instagram) |