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A influência da vida na Islândia na produção de "Fossora", o novo álbum de Björk

A pandemia e a morte da mãe fizeram com que Björk fortalecesse suas raízes em casa. Em sua primeira entrevista de capa para a NME em duas décadas, o ícone da música pop falou sobre o novo álbum "Fossora", fungos e lutar contra o sexismo com Kate Bush. Confira a tradução completa do bate-papo:

"É um dia ensolarado aqui na Islândia, então parece bom!", diz Björk. Calorosamente enérgica ao ligar para a NME de sua casa em Reykjavík, ela nos conta como é uma noite de sexta-feira selvagem para ela hoje em dia.

"Eu vou colher frutas!", ela responde, com sua mistura idiossincrática de islandês, inglês britânico e muitos Rs. "Eu realmente não sou uma pessoa de muita frescura. Minha família e eu comemos [as frutas] com a mão mesmo. O musgo ao redor da lava ao redor de Reykjavík está coberto de bagas. As pessoas simplesmente sentam no chão e pegam direto na boca. Tem mais vitaminas fazendo assim direto, assim como no leite materno, certo?".

A simplicidade, a busca pela diversão onde pudermos e pegar do chão ao nosso redor tudo o que precisamos são elementos do efervescente 10º álbum de Björk, "Fossora". No primeiro de nossos dois bate-papos durante o verão, ela confessa que é apenas sua terceira entrevista até agora [dessa nova maratona de divulgação]. O disco é o primeiro que a artista lança desde "Utopia", que saiu em 2017. "Ainda não sei como falar sobre isso – não sei se isso é bom ou ruim para você", ela ri. Então começamos a conversa com a grande palavra que começa com C; mas a vida em tempos de COVID para Björk foi muito mais positiva em comparação com a maioria de nós.

Björk não tinha passado muito de sua vida sentada quieta até aquele momento. Tendo iniciado uma carreira com apenas 11 anos de idade e depois se juntando a banda punk Tappi Tíkarrass quando adolescente, ela mais tarde se uniu aos pós-punks do Kukl antes de experimentar o sucesso internacional com o The Sugarcubes. A fama solo de megastar logo se seguiria.

Olhando para a pandemia, ela observa a “sorte” que teve por ter uma pátria capaz de se fechar e assim não ter tantas restrições no dia a dia quanto outros países. Isso deu a ela uma âncora e uma rotina que ela não desfrutava há décadas. “Eu tive um período maravilhoso por dois anos, que é o mais longo que estive na Islândia sem ter que ir a um aeroporto desde os 16 anos”, diz ela. “Isso foi muito legal. Foi uma sensação muito boa, fisicamente – aquela sensação de apenas criar raízes dos meus pés e ficar no chão".

Ela acrescenta: “A gente se torna autossuficiente quando viagens nos são negadas. Nossas principais necessidades básicas são atendidas por nossos amigos e familiares mais próximos. É lindo, porque às vezes olhamos longe demais para essas coisas".

Isso tudo também proporcionou um conforto e segurança severamente ausentes durante seu tempo morando na América. “Tive um relacionamento muito, muito complicado com os Estados Unidos enquanto estava lá”, diz ela, destacando “assassinatos em massa, violência racial, Trump”. Ela acrescenta: “Eu não sou realmente uma pessoa urbana. Adoro visitar cidades e ir a boates ou ver uma galeria ou ir a um concerto, mas depois só quero ir para casa. Eu sou mais uma pessoa rural por natureza, então foi uma bênção total para mim estar aqui".

Além de pegar COVID duas vezes (mas nunca ficar “gravemente doente”), Björk se divertia com um “estilo de vida muito pequeno e à moda antiga”: fazer longas caminhadas pela praia, mergulhar na piscina local e convidar seus amigos para muitas festas em casa para perderem a cabeça com as “noites loucas de DJset" de Björk. Era ali que ela tocava de tudo, desde a estrela pop-noir norueguesa Emelie Nicolas até o latejante techno holandês. Assim como "Vespertine", de 2001, foi projetado para ser apreciado como uma escuta íntima através de um computador ou laptop, seu novo disco "Fossora" é feito para viver isso de perto.

Dos ritmos da arrebatadoramente romântica "Ovule" à celestial e carregada de cordas "Freefall", é um álbum de amor e um tipo de movimento curiosamente popular, mas aconchegante. O DNA do disco é melhor capturado na introvertida, mas convidativa "Atopos": começando como uma reflexão "glitchy", que termina em algo mais pesado, explicando que “a esperança é um músculo". Este é um disco de Björk.

“Há muito prazer no álbum”, diz ela. “Se trata de aproveitar aquele espaço. Por isso acabou ficando com esse tipo de tema "fungo". E quando digo "fungo", quero dizer mais como um tipo de som, com seis clarones graves, notas profundas e bem grandes. Ele é projetado para a extremidade inferior. É preciso quase estar dentro de todo aquele baixo. Ele preenche toda a sala. Essa é a base de poder ficar em casa". Ela acrescenta: “Pensei tipo: "Eu deveria dizer às pessoas que elas deveriam ouvir esse álbum bem alto". É muito mais como um álbum do tipo de "sentar à lareira e tomar uma bebida com os amigos na sala de estar".

"Ou para alimentar uma rave solo?", eu pergunto. “É muito disso!”, ela grita de volta.

Björk compara as capas de seus álbuns a cartas de tarô, posando como “o arquétipo ou personagem” que melhor a representa no disco em uma imagem simples. Por exemplo, você não precisa ouvir a música para saber que "Post" é um cartão postal de uma artista destemida e apaixonada pelos sons e luzes brilhantes da cidade grande, que está deixando para trás a inocente e recém-chegada garota retratada em "Debut", de 1993.

Para "Fossora", que se traduz aproximadamente como uma versão feminina da palavra latina para "escavador", Björk Guðmundsdóttir, de 56 anos, se agacha confortavelmente entre os cogumelos e a vida vegetal como uma Deusa nascida da terra, alimentada e brilhando com energia - uma rainha entre os fungos. O disco fala também sobre ela prosperando entre suas raízes e as sementes que ela mesma semeou.

Duas músicas do disco tratam da morte de sua mãe, Hildur Rúna Hauksdóttir, que morreu em 2018 após uma longa doença. Ela era uma renomada homeopata e hippie que viveu em uma comunidade quando Björk era bebê; e a encorajou a subir ao palco quando criança e certa vez entrou em greve de fome contra um plano do governo, que queria explorar as terras altas da Islândia. "Sorrowful Soil" é uma ode fúnebre à maternidade. Em "Ancestress", ela agradece a influência de sua mãe.

"Para todo mundo, perder uma mãe e lidar com isso é a pedra fundamental da vida", diz Björk. ""Sorrowful Soil" foi escrita quando ela começou a ficar gravemente doente, então é mais triste. "Ancestress" foi escrita depois que ela faleceu, então é mais como uma celebração de sua vida. Eu gosto quando ouvimos sobre mexicanos e irlandeses, que querem celebrar a vida de alguém quando essa pessoa falece".

Tendo falado anteriormente de sua mãe como a “ovelha negra” a quem ela esperava dar voz através de sua música e mensagem, Björk diz que a necessidade foi dez vezes maior desta vez. “Eu estava tentando ser verdadeira nas letras”, diz ela. “Há duas sobre minha mãe no álbum – essa é uma em sete, o que parece o equilíbrio dos últimos quatro anos da minha vida e o quão importante isso foi".

Ao lado de nomes como Kasimyn do Gabber Modus Operandi, Emelie Nicolas serpentwithfeet, o disco também traz contribuições dos filhos de Björk: o músico Sindri Eldon Þórsson e a modelo/musicista/atriz Ísadora Bjarkardóttir Barney. Sindri está nos backing vocals em "Ancestress", enquanto Ísadora (também conhecida como Doa) dá um tom doce ao encerramento do álbum em "Her Mother's House" - um favor apropriado da jovem de 19 anos em uma música sobre ser a última criança a sair de casa.

“Eu realmente gostei disso e seria estranho não incluí-los no álbum de alguma forma”, diz Björk, tendo passado tanto tempo com seus filhos durante o lockdown. “Eu não pensei nisso na época, mas talvez tenha algo a ver com o fato de que ambos são adultos agora. Isso parecia importante para que eu pudesse perguntar a eles (se queriam participar), e eles poderiam ter a chance de dizer "não" com base em uma decisão madura. Agora eles são iguais a mim!".

Essa sensação de paz e de ter lugar entre seus entes queridos, está muito longe de onde Björk se encontrava há apenas dois álbuns. Em "Vulnicura", de 2015, ela estava passando pela dor de sua separação com uma honestidade inabalável - uma estética de "deitar no chão na paisagem de inverno islandesa muito hostil e sem plantas". Ela, brincando, descreveu o sucessor, "Utopia" de 2017, como seu "álbum do Tinder" – se colocando de volta “depois de um desastre emocional”.

Ela teria encontrado a vibe harmoniosa em "Fossora" se não fosse forçada a frear? "Essa é uma boa pergunta", ela faz uma pausa. “Eu provavelmente não sei a resposta para isso, desculpe. Mas eu sei com certeza que se eu olhar para trás na minha natureza e como ela funciona normalmente entre os álbuns, quando eu empurro algo de uma maneira realmente extrema, tento voltar no próximo álbum. Eu fico como um adolescente, tipo: "Eu superei isso!". “A maneira de começar tudo de novo vem com algum tipo de plano ou manifesto”, continua Björk. “Eu o chamei de "Utopia", porque queria que as pessoas soubessem que eu estava ciente de que era um idealismo”.

A artista compara essa trajetória com o que ela expressou em "Homogenic" (1997) até "Medúlla" (2004) – um arco de três álbuns que vai do “desgosto” a “criação de um paraíso ideal”, e depois volta à realidade. “Primeiro você cria esse universo com som, depois ele se torna real e você se move até ele”, conclui ela. “"Medúlla" e "Fossora" estão vivendo no mundo que você criou! As letras são mais sobre viver esta vida no dia a dia e amá-la”.

Revisitar seus registros como marcos importantes de sua vida pessoal foi outra coisa que manteve Björk sã durante a pandemia, tendo acabado de lançar a fascinante série de podcasts "Sonic Symbolism". Editado a partir de 20 horas de conversas com seus amigos: a escritora Oddný Eir e o musicólogo Ásmundur Jónsson nos últimos dois anos, a série serve para compartilhar o próprio arco narrativo de Björk sobre sua música.

“Eu não fiz isso para obter algum encerramento terapêutico. A razão pela qual eu fiz foi que eu estava recebendo muitos pedidos para fazer livros, biografias ou documentários. Eu estava recusando todos eles. Não quero me gabar, mas estou em uma posição em que, se eu não fizer isso, outra pessoa fará!”.

Ela observa que os documentários feitos sobre artistas mulheres são “realmente injustos com as mulheres, às vezes”, que muitas vezes são “apenas uma lista de seus namorados e ficam dizendo: "Ah, eles tiveram uma vida feliz" se tiverem tido um casamento; mas se não tiver sido o caso, então a vida delas foi um fracasso. Com os homens, eles não fazem nada disso”.

Björk queria fazer a série para “dar importância ao meu trabalho” e apresentar um “raio-X sônico” de cada álbum, em vez de reivindicar qualquer mito biográfico. Aqui está uma força singular que ajudou a moldar a música, a moda, a tecnologia e além – inspirando todos, desde Radiohead e Madonna até Hayley Williams e FKA Twigs.

“Acho que não sou a pessoa certa para se perguntar isso. Claro que fico muito lisonjeada se algo assim acontecer [a influência em outros artistas], mas no geral um musicista não pode se concentrar nisso. Esse não pode ser meu alvo! Estou ciente de algumas coisas desse zeitgeist, é claro”.

Basta olhar para "The Northman" de 2022 – ela só apareceu no épico viking dirigido por Robert Eggers por apenas alguns momentos e era a principal coisa que todos estavam falando! Tendo apresentado Eggers ao roteirista, amigo de longa data e colaborador Sjón, ela se viu em uma posição em que era amiga de muitos dos envolvidos. Sua filha Doa também teve um papel no filme.

“Eu disse não para um monte de merda de Hollywood. Fiquei muito lisonjeada por ser convidada, mas não parecia certo”, ela admite. “Eu não conhecia nenhuma daquelas pessoas e era simplesmente estranho”.

Uma verdadeira força punk que muda de forma ao longo da carreira, Björk sempre buscou novos horizontes na arte, na representação e na relação do homem com a natureza e a tecnologia. No primeiro episódio de "Sonic Symbolism", ela fala em “começar um novo capítulo no livro” com aquele período dos anos 90 sendo "o prequel do Século XXI". Até então, ela afirma que a maior parte da arte ocidental era “um fantasma de um fantasma de um fantasma”, que ecoa uma obsessão em meio o machismo e a morte em curso desde a Segunda Guerra Mundial.

Agora anos depois, tenho que lhe perguntar como ela acha que o século está indo até agora. "Eu acho que é semelhante", ela encolhe os ombros. “Achei que estaríamos em uma situação melhor com relação as coisas ambientais. Reagimos tão fortemente à pandemia de COVID; os governos trabalharam e nós inventamos a porra da vacina em 10 meses ou algo assim. Foi um milagre para sete bilhões de pessoas. Espero que a gente reaja tão fortemente no caso do meio ambiente”.

Como amiga do biólogo David Attenborough e como alguém que trabalhou com a ambientalista da nova geração Greta Thunberg, a luta de Björk pela Mãe Terra é inabalável. Felizmente, ela vê esperança em uma nova era de almas conscientes. “Os membros da Geração Z são realmente radicais, e estou aliviada que o meio ambiente seja uma prioridade para eles – estou pronta para isso!”, ela diz entusiasmada. “Quando eu ler as notícias, [percebo que] a maior parte daquilo não importará em 20 anos. A única coisa que realmente importa é como lidamos com o meio ambiente”.

Com a certeza de que as crianças que estão surgindo estão mais alinhadas com a visão islandesa da natureza como algo “cru, feroz e brutal que você admira” em vez da “versão hippie dos baby boomers”, Björk está confiante em futuros líderes agindo sobre a questão do clima, bem como para as mulheres e as minorias de gênero. É outra batalha que ela enfrenta na música desde que os holofotes a encontraram.

“Houve uma grande mudança, e é muito difícil de explicar para pessoas mais jovens do que eu”, diz ela. “Todas as rappers americanas agora: isso nunca teria acontecido nos anos 80”.

Enquanto falava sobre o recente golpe dos Estados Unidos contra o direito ao aborto, ela também diz que “não consegue nem começar a descrever” sua felicidade por Kate Bush dominar as paradas de sucesso novamente com seu hit de 1985, "Running Up That Hill", após ser destaque na temporada mais recente de Stranger Things. Lembrando como os críticos homens desprezavam Bush como artista e espelho da experiência feminina enquanto saudavam “caras do rock” cantando sobre “peitos, cerveja e abuso de heroína”, ela sentiu que “escrever do ponto de vista de uma mulher era considerado uma forma de arte menor”.

“Sempre fiquei bastante ofendida com a frequência com que escreviam sobre Kate Bush como se ela fosse louca ou uma bruxa maluca – ou eu como sendo um elfo maluco”, diz ela. “Somos produtoras. Eu escrevi todas as minhas partituras por 20 anos, sabe! Não estou me gabando, só estou dizendo isso porque as pessoas ainda querem que eu seja um elfo ingênuo. Se fôssemos homens, seríamos levadas mais a sério. Finalmente, a geração Z pode imaginar a produção musical de uma mulher ou o mundo de uma mulher, e não lhes parece insano ou algo que eles têm que ridicularizar ou ter medo.

Definitivamente, não quero que as mulheres assumam [o controle de tudo]; Estou muito feliz em fazer 50/50! Vamos fazer 50% de "cervejas e peitos" e 50% de outras coisas. Eu vou me contentar com isso!”.

Como uma artista que amou, perdeu, rasgou regras, inspirou milhões e criou seus próprios mundos, Björk sabe que para descobrir onde se está indo é preciso apreciar onde estivemos. Para algo grande crescer, é necessário criar algumas raízes. E dito isso, vamos deixá-la com suas bagas de lava.

"Fossora" de Björk já está disponível!

- Entrevista para Andrew Trendell, publicada em setembro de 2022.
Foto: Vidar Logi.


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